#021 – Devocional: É comigo?

Então o anjo continuou: “Não tenha medo, Maria! Deus está contente com você.”

Lucas 1:30

Passado o espanto pelo inesperado, eu leio a maneira como o Anjo Gabriel chegou e abordou Maria, e fico pensativa a respeito dos ares desse momento.

A Palavra Sagrada não traz muita informação a respeito de Maria, a não ser que ela era uma virgem, humilde, obediente, temerosa de Deus. Os teólogos acreditam, pelos costumes judaicos sobre idade para casamento e maioridade, que ela era uma jovem que tinha entre 14 e 16 anos quando o Anjo Gabriel a abordou, no entanto a palavra não fala se ela tinha sonhos, como vivia ou o quê pensava.

Teólogos e Pastores costumam dizer que os breves relatos contidos na Palavra de Vida são suficientes para nos orientar e permear nossa fé, portanto, embora seja interessante imaginar como foi essa escolha de uma moça tão jovem para carregar essa responsabilidade tão grande de carregar em seu ventre a vida do Salvador do Mundo, devemos nos apegar ao que temos: escolha, anunciação e aceite.

Quando o Anjo Gabriel aparece a Maria, ele lhe diz que ela é abençoada, que o Senhor está com ela, que ela não precisa ter medo dessa escolha ou de seu futuro e que O Próprio Senhor Deus estava contente com ela! Aleluia!

Como é maravilhoso saber que somos aprovados por nosso Pai! A personalidade de Maria era humilde e obediente, nosso Senhor sabia que poderia contar com sua servidão e assim ela aceita e se declara sua serva eterna. 

O Senhor sabia que ela não era uma pessoa que iria se envaidecer dessa escolha, ou que usaria disso para seu favor, ou para sua própria glória, pelo contrário, nosso Deus, todo Poderoso Criador sabia, desde que havia lhe formado no ventre de sua mãe que suas fibras, seu entendimento, seu coração seriam fiéis, verdadeiros, honestos, transparentes, obedientes e servis a essa obra, por tudo isso, o Senhor  concede-lhe graça diante de seus olhos, favor aos seus cuidados e bênçãos eternas por sua dedicação e entrega.

Muitos de nós inclusive, às vezes cometemos o erro na soberba quando sentimos que temos aprovação de Deus. Há servos que se apresentam como se fossem maiores que a própria revelação, ou ainda que são detentores de um conhecimento e verdade absoluta que acaba por endurecer seus corações na vaidade e ganância.

A personalidade de Maria nos ensina a repreendemos completamente esse tipo de reação em nós, afinal o que o Espírito Santo quer é nos encontrar humildes ao aprendizado e servis na partilha.

É maravilhoso ouvir a voz de Deus, é revigorante sentir seu poder, viver suas bênçãos, e certamente que isso tem poder para nos alegrar e por gratidão devemos mesmo sentir assim, mas apesar de tudo, não podemos dar margem à vaidade porque ela nos engana, ela tira o brilho dos nossos olhos e aos poucos nos afasta da presença do Espírito Santo, não porque Ele se afaste, mas porque nós, movidos por uma segurança amparada pelo mundo paramos de ser gratos pelo favor do Espírito Santo e começamos a crer que somos merecedores dessas bênçãos. Misericórdia! Que esse Espírito de Soberba seja agora repreendido e anulado na minha vida e na sua!

Graça, o Senhor achou Graça diante de seu olhos quando pensou em Maria! 

Será que quando nosso Pai pensa em nós, também acha graça? Será que Ele pode confiar em nós seus mistérios? Ou confiar que podemos agir de maneira servil, tomados de amor na sua obra nesta terra? Será que somos capazes de passar por cima de nossos sonhos, desejos, planos ou afazeres para cumprir com o desejo do Senhor por onde passarmos?

Será que se o Anjo do Senhor vier nos trazer um convite de Deus, que vamos aceitar? Ou o medo egoísta irá nos aprisionar e condicionar nossa resposta a uma negativa?

Qual é o próximo passo quando a voz do Espírito Santo diz que o Senhor está contente contigo?

A vida de Maria nos ensina a  sermos corajosos sem deixarmos de ser humildes, sermos ousados sem nos perder na arrogância, a sermos obedientes com alegria e gratidão. É a verdadeira expressão de delicadeza de uma flor que desabrocha em meio ao solo árido do deserto trazendo cor e esperança onde as circunstâncias eram de desolação e dor.

E por fim, as mãos que acalentam o menino Jesus, são as mesmas que louvaram ao Senhor por ter sido agraciada em favor diante do imerecimento, diante de uma vida comum e simples.

Hoje as minhas mãos e as suas também podem acalentar a Jesus se reconhecermos que todos que nos cercam são tão dignos do favor de Deus quanto nós, ou seja, não são, mas ainda assim nosso Senhor Jesus nos amou de tal maneira que se entregou por nós indistintamente e nos deixou seu Auxiliador para que não padecemos no abandono mas fossemos capazes pela sua presença  de viver em comunhão, amor e perdão com todos que estão ao nosso redor.

Que tal neste dia agradecermos a Deus por seu amor e clamarmos para ouvirmos a sua voz, limpa e clara?

Marcado como: Devocionais.